domingo, 10 de novembro de 2013

HRVATSKA (CROÁCIA)

      
     Desta vez o roteiro escolhido para as férias foi Croácia e Itália e, tendo em vista que foram 20 dias viajando, vou separar por cidades visitadas. E prometo que só este primeiro post vai ser um pouco mais histórico, digamos assim.
    Você pode estar pensando "por que a Croácia?" E eu respondo "porque é um dos países mais ricos em belezas naturais do mundo, porque a culinária é ótima, porque por lá ainda não está em vigor o euro, mas sim a kuna, embora a Croácia tenha ingressado recentemente na União Europeia". Poderia citar muitas outras razões, mas acho que estas já são suficientes para você incluir este país como seu próximo destino. Mas parece que em destinos não tão turísticos os croatas ainda não estão muito prontos para receber os turistas, mas não desista de ir. Este pequeno país, que até 1995 estava em guerra, lutando por sua independência plena merece ser visitado. Eu e duas amigas contratamos uma excursão pela New Age, que subcontratou a agência local Kompas, cuja guia não era muito preparada, então sugiro que você, ao contratar um pacote, se esta for sua escolha, procure outra agência.  
       Em relação à história da Croácia, tanto os turcos como os venezianos queriam invadir seu território, em razão de contar com mais de 1000 ilhas. Quem não ia querer ?!?!?! A região da Dalmácia, onde estão as ilhas, foi "vendida" aos venezianos por mais de 400 anos, quando Napoleão Bonaparte, em 1797, devolveu a Dalmácia para os Croatas, formando-se as províncias ilíricas. Após Napoleão, o império húngaro-austríaco passou a dominar o território, pois ambos países - Hungria e Áustria - não tinham acesso ao mar, o que era extremamente importante naquela época. Com a 1ª guerra mundial o império húngaro-austríaco foi derrotado e foi formado o império da Iugoslávia, que significa eslavos do sul, e era formado por sérvios, croatas e eslovenos. Este império foi destruído na 2ª guerra mundial. Em 1945, Tito formou a república socialista da Iugoslávia, formada por Croácia, Eslovênia, Montenegro, Bósnia, Sérvia e Macedônia. Permaneceram unidos por uns 10 anos. A primeira república a se separar foi a Eslovênia em 1990, cuja guerra durou 10 dias. Na Croácia a guerra durou 05 anos. Em 1991 foi declarada a independência da Croácia, mas os sérvios permaneceram em seu território. Somente em agosto de 1995 os croatas derrotaram os sérvios, no que foi chamada de "operação tormenta". Assim, em cada dia 05 de agosto é comemorado o dia de ação de graças pela vitória dos croatas contra os sérvios. Será que o tenista Djokovic é bem quisto na Croácia? Brincadeira à parte, a guia nos disse que tanto Sérvia quanto Croácia fazem eventos, o que inclui partidas de tênis, para aproximar os países e não gerar ódio entre os povos.
       Como disse a moeda vigente é a kuna. 1 euro equivale a 7,56 kunas (setembro de 2013), bem vantajosa para nós, já que 1 euro equivale a 3,20 reais. Em média, a renda dos croatas é de 450 euros por mês. Eles também estão enfrentando crise econômica, como quase todos os países do mundo.        Nosso roteiro incluía Zagreb, Lagos Plitvice, Split e Dubrovnik.     


      Assoviando em aeroporto: "Quando ela dorme em minha casa" - Zeca Baleiro

AH, OS CROATAS DE ZAGREB

     Nosso ponto de partida foi Zagreb (fala-se Zágreb), a capital. Pegamos um voo de Porto Alegre até Lisboa, de Lisboa a Bruxelas e de Bruxelas a Zagreb. Pois é, ainda não tem voo direto do Brasil para a Croácia.
     A capital que possui cerca de 1 milhão de habitantes não tem muitas atrações turísticas. A mais conhecida talvez seja a Igreja de São Marcos.
Igreja de São Marcos
     
     Vale a pena dar um passeio pelo centro histórico e pelos parques da Capital. Zagreb é conhecida por seus cafés e são milhares espalhados por todos os cantos, assim como o número de fumantes. Então não adianta procurar uma cafeteria a céu aberto que não tenha fumaça de cigarro. Desista mesmo, pois não irá encontrar.

Catedral de Zagreb

Mercado de rua

 

    Agora o que realmente chamou nossa atenção foi a beleza dos homens croatas. De fato, são os homens mais bonitos que já tinha visto. Até então tinha achado os portugueses e os turcos os mais bonitos, mas os croatas superam e muito. 
    Todavia, se você for por conta própria, eu não incluiria Zagreb no roteiro, porque de fato não há muita atração a ser visitada, a não ser que você queira conferir a beleza dos croatas, já que foi a única cidade em que eram realmente belos. Próxima parada: Lagos Plitvice.
 


SIM, ESTE LUGAR EXISTE




     

     Estou falando do Parque Nacional dos Lagos Plitvice. Esta foi a principal razão por eu ter escolhido conhecer a Croácia. Minha preferência sempre foi conhecer lugares de beleza natural e este parque é um dos mais incríveis que já visitei.  
 






   
      O parque se estende por 20000 hectares de bosques e lagos, no coração dos Balcãs. Os lagos dividem-se em dois, os lagos superiores e os lagos inferiores. Em 1979 foi declarado patrimônio da humanidade pela UNESCO. Lá você não pode entrar na água, embora a vontade seja grande.









         Pena que não há como retratar em uma única foto a grandeza e a beleza deste parque.


     
     
     Chegamos ao parque de tarde e a água não estava tão verde e azul. Acredito que com a luz da manhã você verá as águas que, de fato, possuem colorações de todos os tons de verde a azul. Vale muito a pena conhecer esta maravilha da natureza. Não deixe de ir.






     Lá não há muitas opções de restaurantes, mas se você parar em algum hotel que não tenha a refeição incluída pergunte onde fica o restaurante Poliana, que fica dentro do Parque e fica aberto até às 22h (pelo menos no outono). A comida é boa e bem em conta. Pedi lula, já que a culinária de parte da Croácia é rica em frutos do mar. O prato saiu por 76 kunas, cerca de R$ 30,00.  
      Após um dia no Parque, lá fomos nós rumo a Split.
 

SPRITZ EM SPLIT?

     Split é a segunda maior cidade da Croácia e  mais importante da região da Dalmácia. Está situada numa península na margem do mar Adriático.
 
 
 
     Confesso que eu entrava em todos os bares e pedia um Spritz e todo mundo ficava me olhando sem saber o que eu estava pedindo. E eu pensando, "como que não tem Spritz em Split?". Santa ignorância. Segundo a wikipédia, o Spritz é um aperitivo alcoólico que tem origem nos tempos da dominação austro-húngaro na região italiana de Friuli Venezia Giulia e na zona de Trieste. O drink não é desta região e os atendentes dos bares ficavam me olhando com cara de paisagem. Fiquei sem meu drink (mas em Dubrovinik tinha). 
     Em Split também não há muitos lugares a serem visitados.
  

     Fomos ao Palácio de Diocleciano,  imperador romano que mandou construir o Palácio e viveu nele os últimos anos de sua vida. Diocleciano foi considerado um dos maiores perseguidores do cristianismo. Dizem que os cristãos adoravam só a Deus e Diocleciano queria que os cristãos adorassem a ele também. Coisas de imperador. A denominada "perseguição de Diocleciano" (303-311) foi a mais sangrenta de todas, mas não conteve o crescimento da Igreja.
 
     


       


      Vale também a pena subir na Torre do Sino de St. Dominus, pois você terá uma vista de toda a cidade.
 
      


     Partimos rumo a Dubrovnik. E, se você estiver de carro ou ônibus, por favor, não durma na estrada. A paisagem é uma das mais deslumbrantes que já tinha visto na vida.
 




     E ainda você ingressará em solo da Bósnia e percorrerá todos seus cerca de 10 km de litoral. Sim, a Bósnia tem litoral. Eu confesso que não sabia. Viajando e aprendendo.








 

A PÉROLA DO ADRIÁTICO

     Realmente, Dubrovnik merece o título de "pérola do Adriático". A cidade fica localizada no extremo sul da Dalmácia e é uma das mais visitadas da Croácia. Fomos em baixa temporada e já estava lotada de turistas. Imagina na alta temporada!
  
    A parte da "cidade antiga" é rodeada de muralhas, que desde 1979 está classificada como patrimônio mundial pela UNESCO. É muito linda!!!! Recomendo o passeio de teleférico que te leva até o topo do morro e que te dará uma visão singular da "cidade muralhada" (94 kunas).

    



     Dubrovnik é um daqueles lugares que você diz "eu voltaria para cá certo". Bom, pelo menos eu pretendo voltar.

    
   

     Imperdível a caminhada pela muralha. Existem uns três percursos com diferença de tempo. Fizemos o mais curto de cerca de 2 horas, mas tendo em vista as paradas para as fotos levou um pouco mais de tempo.  Custou 90 kunas.


 




     


      


  O mais impressionante de tudo foi o pôr do sol, que foi o segundo mais lindo que já vi (o primeiro ainda é o de Fernando de Noronha...tenho um amor especial por este lugar, não adianta). Não deixe de estar em um lugar que permita que você veja o sol "caindo" no mar. O espetáculo começa por volta das 18:30 da tarde. Imperdível!!!!

 









        Sem mais palavras!!!!








     Dubrovnik é o ponto de partida para muitas das ilhas da Croácia. Lembre-se, são mais de mil. Uma curiosidade é que o cachorro da raça Dálmata veio da região da Dalmácia, sendo que a parte branca de sua pelagem representa a terra e as manchas pretas as ilhas. Pena que não vi nenhum cachorro por lá, apenas de pelúcia mesmo, vendido como souvenir.  
     Resolvemos escolher uma ilha para passar um dos dias livres que tínhamos em Dubrovnik. Pesquisamos um dia antes em vários blogs e resolvemos ir para Mljet. O barco, que pegamos no porto novo, levou um pouco mais de uma hora e custou (ida e volta) 140 kunas. O primeiro horário era 9:15h.
      Uma dica importante, não vá para um lugar sem estudar o que tem para fazer no local. Mesmo sabendo disso, nós cometemos este erro. Fomos empolgadas com as fotos que vimos, mas não nos preocupamos em saber o que teria para fazer lá. Como nenhuma das três falava o inglês em sua perfeição, a comunicação não foi fácil.  Ao desembarcar, nos dirigimos até a entrada do parque (tem que pagar para entrar na ilha) e compramos um ticket (mais 90 kunas). Dava direito ao transporte de van até o barco que levaria para as praias. Fomos no embalo das outras pessoas que estavam lá. Ao descer do barco em uma das praias seguimos um grupo a pé. Depois de caminhar por uns 20 minutos descobrimos que era uma excursão e não poderíamos continuar com eles, pois eles pegariam um ônibus sei lá pra onde. Tóinnnn. Demos meia volta volver e voltamos ao lugar onde o barco parou. Aí começou a dificuldade. Queríamos ir até um ponto que pudéssemos ter uma visão geral de cima das praias. Começamos a perguntar para uns guias do parque que estavam lá. Eles entenderam a nossa pergunta e nos indicaram uma trilha (Montokuc). Só que duraria mais de 3 horas e não teríamos tempo para isso já que o último barco partia às 16h para Dubrovnik. Então nos falaram que tinha uma outra (a Gradac) que nos daria uma boa visão das praias. E nós, felizes da vida, decidimos ir. Começamos a caminhada (sem mapa, sem água e sem sinal de celular - NUNCA FAÇA ISSO). Nós vimos a placa indicada e pegamos a trilha. Só que a placa estava meio que virada e indicou outra direção. Andamos por mais tempo que devia e começamos a estranhar. Depois de uma hora resolvemos voltar e depois de uns 10 minutos caminhando vimos uma bifurcação e as gurias perguntaram "e agora?" . Eu me controlei mas queria dizer "agora senta e chora". Eu não fazia ideia de qual era o caminho. Graças a Sabrina pegamos a direção certa, mas a gente não chegava nunca e eu estava numa pilha de nervos (tentando esconder das gurias, claro). Depois de caminhar bastante, a Mariana deu tipo um grito e eu pensei "ferrou". Só que não. Tínhamos achado a saída. Eu sentei numa pedra e minhas pernas tremiam sem parar (primeira vez na vida que tive medo de não voltar para casa nunca mais). A Sabrina se atirou em outra pedra e acabou sentando em cima do celular. Conclusão: um visor de celular quebrado e três gurias que prometeram entrar em todas as igrejas do restante da viagem (e olha que tínhamos toda a Itália pela frente com suas inúmeras igrejas) para agradecer ao nosso anjo da guarda por termos nos salvado dessa.
          
    


      Ainda sim recomendo a ida a Mljet. As praias que vimos eram lindas. É só dar uma estudadinha antes nos mapas e nos passeios que tem por lá.


 


     Chegou ao fim nossa excursão pela Croácia (total de 6 dias) e a partir de agora estávamos por conta própria rumo à Itália, que eu sonhava em conhecer desde os tempos da faculdade. Pegamos um voo da Croatia Airlines de Dubrovnik para Veneza e descemos em terras italianas. Finalmente poderia utilizar a única língua que estudei (pena que foi há mais de seis anos, mas deu para se virar bem). De fato, o italiano não é muito útil para viagens, a não ser na Itália, claro. Eu só queria começar a "parlar" logo.
  

 Assoviando em aeroporto: Volare - Domenico Modugno            

 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
    
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


VENEZA


    Enfim, chegamos na Itália e começamos por uma das cidades mais turísticas do mundo. Veneza tem seu charme, sem dúvida. Afinal, onde mais você verá congestionamento de barcos ao invés de carros?
   Nos hospedamos em Marghera, que fica do lado oposto de Mestre. Ambas são ligadas tanto por trem como por ônibus à Veneza e os hotéis são muito mais em conta. A passagem de trem custa um pouco mais de 1 euro o trecho e em poucos minutos você chega neste lugar que está no imaginário de muitas pessoas.
    São Pedro estava inspirado no único dia que ficaríamos em Veneza. Sabíamos que seria pouco tempo, mas queríamos conhecer muitos lugares na Itália, então decidimos passar apenas um dia mesmo. Choveu muito neste dia e  frio estava quase insuportável. Logo, teremos que voltar à Veneza.
 
  

      Diante das condições que nos foram impostas, decidimos contratar o passeio do Vaporetto Dell'Arte. Por 28 euros por pessoa você tem direito a andar neste Vaporetto, que possui audioguia (menos em português) e dá direito a descer e subir em qualquer de suas paradas. Ele percorre todo o grande canal. A única desvantagem é que ele demora 40 minutos para passar e você não tem direito a andar nos outros meios de transporte da cidade. Mas a vantagem é que nunca está lotado, ao contrário de todos os outros transportes, e conta um pouco da história de alguns prédios.

   












   As gôndolas são uma atração à parte e conferem um visual inesquecível à Veneza. Não andamos, pois o tempo não permitiu, assim como não entramos nos prédios mais importantes pela mesma razão.

  

   
     O que recomendo é subir no Campanário (8 euros). Você terá uma visão incrível da cidade. Ficamos apenas uns 10 minutos, pois foi o frio mais intenso que já sentimos na vida. É, graças a São Pedro teremos que voltar à Veneza, sem dúvida.
 


 
   



    
       Pelo menos no fim do dia ele nos proporcionou um maravilhoso pôr do sol.



     Aqui faço um parênteses para comentar o incrível mundo dos trens regionais da Itália. Nossa primeira viagem de trem na vida foi em um trem regional italiano. Para começar, não há informação sobre o número nem o horário do trem e os funcionários que vendem passagens nos guichês não são dos mais simpáticos e pacientes para explicar como funciona. Para eles é óbvio, SÓ QUE NÃO! Bom, a princípio você pode pegar qualquer trem em qualquer horário para o destino desejado. Foi esta a conclusão que chegamos depois de muitos trens que pegamos. Só que cuidado com os indianos. Nada contra indianos, mas na Itália você deve ter cuidado com eles. Ao entrarmos no trem regional em Veneza com destino a La Spezia fomos abordadas por indianos, mal vestidos e sujos. Foram pegando nossas malas. Percebi que tinha algo estranho, mas não deu tempo de reagir. Eles colocaram nossas malas num bagageiro no alto e depois pediram dinheiro. A funcionária do trem dizia pra Mari "non va bene, non va bene", mas já era tarde. Nossas malas estavam lá em cima e nós 6 euros mais pobres. Então não deixe ninguém pegar suas malas dentro dos trens regionais.