sexta-feira, 9 de setembro de 2011

LISBOA, PÁ!

     Minha "porta de entrada" na Europa foi Lisboa. Nunca tinha ido para o "velho mundo" e, tirando o furto ocorrido em Barcelona, que contarei em outro post, minha impressão foi muito boa. 
     O roteiro escolhido por mim e minha irmã foi Lisboa, Barcelona (Espanha), Sintra, Lagos, Porto e Lisboa (Portugal). E um dos motivos, com certeza, foi a facilidade criada com o voo direto da TAP de Porto Alegre para Lisboa. Em apenas 10h50min você chegará ao seu destino e se você procurar vai encontrar ótimos preços nas passagens. Meu único conselho é não ir nos meses de julho e agosto, pois, além de muito quente, você terá que ter paciência com as filas nos pontos turísticos, pois são as férias de verão dos europeus e eles viajam muito. Mas como foi a época que surgiu a oportunidade de eu ir (final de agosto), não tive muita escolha. Que venham as filas!
     Adorei Lisboa e o sotaque português, além de ficar encantada com a beleza dos homens portugueses, pá! Você irá ouvir muitos "pá" por lá. É utilizado como o nosso "cara". É um país que se orgulha de seus "descobridores", possui uma arquitetura bem típica, com aqueles prédios de azulejos (que são tão lindos...cada um diferente do outro) e as pessoas são muito simpáticas, com exceção dos motoristas de táxi. Mas você irá usar o táxi só se quiser ou se for a única opção, pois o trasnporte público funciona muito bem. Esta foi a grande diferença que percebi da Europa para o turismo no Brasil. Tem metrô e ônibus para todos os pontos das cidades e com muita informação a respeito.
    O aeroporto de Lisboa está passando por reformas. Realmente a estrutura atual não comporta a quantidade de gente que chega a todo momento. Então tenha paciência, pois vai precisar dela na fila da imigração. Avisei que teriam filas. A primeira foi essa.
     Fomos nos informar sobre como chegar no hotel. Existe um ônibus chamado "AEROBUS" nº 1. Você pega na frente do aeroporto e por 3,50 euros (um táxi não sairia por menos de 10 euros) desce em vários pontos da cidade, onde estão a maioria dos hotéis. Nós descemos praticamente em frente ao nosso hotel (http://www.hotelamericano.com/). Ele ficava muito bem localizado, no Rossio, e por isso recomendo. Só o café da manhã que era bem ruim.
     Chegamos na hora do almoço e eu estava louca para comer bacalhau. Assim que saí de Porto Alegre disse que comeria bacalhau todos os dias em Portugal. Quase fiz isso, mas confesso que no segundo dia já queria comer outra coisa, pois a culinária portuguesa é bem rica, além dos famosos doces de ovos. Prepare-se, pois não tem como resistir. Mande a dieta para o espaço!
     Almoçamos no Restaurante Nicola, no bairro Rossio em frente à praça D. Pedro V, e óbvio que pedi bacalhau (bacalhau à Nicola..muito bom por sinal).
    
    


      Depois de uma excelente refeição fomos conhecer, na Rua de Santa Justa, o elevador de Santa Justa, uma bela torre de ferro que levou dois anos para ser construído, sendo inaugurado em 1902. Foi obra de um aluno de Alexandre Eiffel, que construiu a Torre Eiffel, em Paris. Custa 5 euros para subir e descer. Vale a pena, pois proporciona uma visão muito bonita da cidade.








   
Praça do Comércio
 
    


     Andamos pela Baixa Lisboa, com suas ruas onde o moderno e o antigo misturam-se e conhecemos a Praça do Comércio, a Praça da Figueira e a Praça dos Restauradores.
    







    
      










 


















      Em seguida pegamos um ônibus e nos dirigimos para o Bairro de Belém, pois eu já estava sonhando há uns quatro meses com os famosos pastéis de belém. E a doçaria mais famosa fica naquele bairro.
    



     Dá vontade de chorar só de pensar que a Pastelaria está cerca de 8 mil Km de distância daqui. Se você provar vai entender o porquê! Na Pastelaria de Belém eles saem quentinhos e crocantes...hummmm!!!

       Os monumentos mais famosos de Lisboa ficam em Belém. Lá você irá conhecer o espetacular Mosteiro dos Jerônimos, o Monumento dos Descobrimentos e a Torre de Belém, além da Pastelaria de Belém, claro.




      Começo pelo Mosteiro dos Jerônimos, que, para mim, é o prédio mais bonito de Lisboa.


     É uma construção em estilo manuelino, que começou a ser feito em 1501 e foi declarado patrimônio mundial da humanidade. Fernando Pessoa, poeta português, disse que "o Mosteiro dos Jerônimos é uma obra-prima de pedra que todos os turistas visitam e nunca conseguem esquecer. É, de facto, o mais notável monumento que a capital possui." 


detalhe da porta




     A visitação é imperdível! E aqui foi a segunda grande fila enfrentada na viagem. Mas a vista interna compensou o tempo de espera.
     Enquanto espera, você pode se deliciar com um pastel de belém, vendido na Pastelaria de Belém, que fica a uns 300 metros do Mosteiro, na Rua de Belém, 84.








     Depois de maravilhar-se com o Mosteiro você pode atravessar a praça que fica em frente e em seguida irá deparar-se com o Padrão dos Descobrimentos à beira do Rio Tejo, um dos cartões postais de Lisboa.  Nele estão esculpidos navegadores, guerreiros, poetas, geógrafos e cronistas que trabalharam nas grandes navegações, como Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama e Camões.

     Em seguida reserve uns minutos para admirar o Rio Tejo com a ponte 25 de abril ao fundo.
   

    

 
     "Olho o Tejo, e de tal arte
     Que me esquece olhar olhando,
     E súbito isto me bate
     De encontro ao devaneando —
     O que é ser-rio, e correr?
     O que é está-lo eu a ver?
     ... "
     (Fernando Pessoa)


    
     Caminhando em linha reta para direita você irá ver a Torre de Belém, na Av. da Índia, que é, sem dúvida, o cartão postal mais famoso de Lisboa.







    
     Foi construída entre 1515 e 1521 com objetivo de controlar a entrada e saída de embarcações do Porto do Tejo.









     No outro dia descobrimos o yellow bus, que é um ônibus turístico e possui três trajetos (azul, roxo e amarelo) e percorre todos os pontos turísticos da cidade.

     Para utilizá-lo por 48h você pagará 19 euros. Também tem a opção de 24h. Vale muito a pena, pois com este ticket você poderá fazer os três percursos deste ônibus, além de poder utilizar todos os transportes públicos de Lisboa, com exceção do metrô. Você pode subir e descer em qualquer parada do yellow bus. Pena que não descobrimos no primeiro dia. O início da rota é na Praça do Comércio, localizada na Baixa Lisboa.
     De manhã fomos conhecer o Chiado, que fica na Baixa Lisboa, conhecido como o coração literário de Lisboa.

     Na rua Garret nº 120 fica o famoso café "A Brasileira", que era ponto de encontro de poetas e boêmios. Bem em frente tem uma estátua de bronze de Fernando Pessoa sentado em uma mesa e um banco ao lado vago para você sentar e ser fotografado, claro.
    Depois de andar pelas ruas de Chiado, voltamos para o Bairro de Belém com o yellow bus. Almoçamos no restaurante Rosa dos Mares (Rua de Belém 4,6,7) onde comemos o melhor bacalhau da viagem (bacalhau à Rosa dos Mares).
    Óbvio que após o almoço demos uma "passadinha" na Pastelaria de Belém. Eu realmente comi pastel de belém todos os dias em que estive em Portugal! Viciei!
    Em seguida pegamos a rota roxa do yellow bus e fomos conhecer a parte mais moderna de Lisboa, conhecida como Parque das Nações. Um dos prédios mais surpreendentes foi o Pavilhão Portugal, obra de Álvaro Siza Vieira, o mesmo que projetou o museu Iberê Camargo, aqui em Porto Alegre.

     Jantamos no Bairro Alto, conhecido por ter a vida noturna mais agitada da capital. Para chegar lá ou você sobe a pé (e prepare-se pois a subida é super íngreme) ou pega o elétrico da Glória, o que fizemos. Em dois ou três minutos estará no destino. Ao descer do elétrico vá para o lado esquerdo onde estão os restaurantes e bares (nós fomos para o lado contrário, pois não tinha indiação). Nós jantamos num restaurante familiar. A comida não era muito boa, mas tinha show de fado ao vivo. E era fado de verdade, nada turístico. O mais engraçado é que toda a família cantava (dono do restaurante, garçon, cozinheira). Uma hora a minha irmã pediu para eu chamar o garçon e eu disse "não dá porque agora ele está cantando". Foi hilário!
     No terceiro dia acordamos cedo e fomos até o aeroporto para pegarmos o voo para Barcelona, outra etapa de nossa viagem.
     Lisboa já deixava saudades....e fui assoviando um fado em direção ao aeroporto!

     Assoviando no aeroporto: Rosa Vermelha de Amália Rodrigues

"A minha rosa vermelha
Mais parece uma romã
Pois quando aberta de noite
Não se fecha de manhã
Trago uma rosa vermelha
Na minha boca encarnada
Quem me dera ser abelha
De tua boca fechada
Trago uma rosa vermelha
Não preciso de mais nada.
..."

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